sábado, 7 de novembro de 2009

terça-feira, 3 de novembro de 2009

"Disciplina é um conteúdo como qualquer outro"
Para o psicólogo especializado em Piaget, o comportamento dos alunos em sala de aula é algo que precisa ser ensinado e varia de acordo com a atividade
Márcio Ferrari (novaescola@atleitor.com.br)
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LINO DE MACEDO "O que é regra? Algo que se constrói por consentimento. É como em um jogo. As regras são arbitrárias, mas a criança aceita porque gosta de jogar". Foto: Karine Basílio
Ao longo da carreira, Lino de Macedo, professor do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo, se especializou no construtivismo do suíço Jean Piaget (1896-1980), na psicologia aplicada à educação e nos jogos infantis ele coordena um laboratório de pesquisas e elaboração de atividades relacionadas às brincadeiras e voltadas para a escola. Um assunto que ocupa particularmente sua atenção são os estágios de desenvolvimento da criança e a importância de o professor conhecer o que acontece em cada fase do crescimento. Com essa vivência, ele encara um dos temas que mais preocupam os educadores: a disciplina. Segundo o psicólogo, disciplina na escola não é questão de boa conduta nem de formação trazida de casa. "Disciplina se aprende e é do interesse de todo mundo, porque facilita a relação da gente com as coisas." O que o professor pode fazer para que a turma se comporte como deve? O exemplo é um dos caminhos. "Fala-se muito que as crianças de hoje não têm limites. Mas nós, adultos, também não temos." Macedo acaba de lançar uma nova coletânea de textos, Ensaios Pedagógicos, que tem como subtítulo a pergunta Como Construir uma Escola para Todos? Um dos capítulos trata especificamente de disciplina, tema discutido na entrevista a seguir, concedida a ESCOLA, em São Paulo. É possível ensinar disciplina?Sim. Disciplina é uma competência escolar que as crianças aprendem como qualquer conteúdo. Condição para realizar um trabalho com êxito, é uma matéria interdisciplinar, porque dela dependem todas as outras. A disciplina vem de casa?Para alguns educadores, sim. Quem considera a disciplina uma coisa que se tem ou não se tem possui uma visão moralizante que transforma uma competência numa questão de valor. Para eles, a disciplina depende da força de vontade do aluno ou da determinação dos pais. Essa visão atribui culpa em caso de indisciplina. De fato, na escola exclusiva, anterior à atual, selecionavam-se os alunos e ficavam de fora aqueles que não se ajustavam ao comportamento desejado. Nesse caso, disciplina era mesmo um pré-requisito para a escola. Hoje, comportadas ou não, todas as crianças têm direito a estudar.
Qual o principal erro da escola em relação à disciplina?É pensar que existe um único tipo de disciplina e que ela só pode ser imposta. Minha idéia é que disciplina é um trabalho de todos em sala de aula. Constrói-se a melhor forma de acordo com a necessidade. Numa aula tradicional, expositiva, enquanto o professor fala ou escreve no quadro-negro, os alunos devem ficar quietos, prestar atenção e copiar. Acontece que hoje temos muitas propostas pedagógicas. Cada cultura escolar e cada atividade em sala de aula têm uma disciplina adequada a seu desenvolvimento. Dependendo da situação, a melhor pode ser o silêncio, as crianças perguntando ou conversando entre si. É possível ensinar disciplina pelo exemplo?Sim. Um erro comum é achar que a falta de disciplina é sempre do outro. Fala-se muito que as crianças de hoje não têm limites. É verdade. Mas nós, adultos, também não temos. Em uma sociedade como a nossa, um dia se almoça de manhã, outro dia de tarde, outro dia enquanto se fala ao celular. Nós é que não temos rotinas para organizar a vida das crianças. Entendemos os motivos da nossa "indisciplina" porque sabemos que para muitas pessoas a regularidade se tornou impossível. Mas, se nós não somos disciplinados, por que esperamos um comportamento regular das crianças, como se fosse uma coisa natural, espontânea, quase herdada? Podemos conquistar o aluno para um projeto de disciplina conseguindo a admiração dele. Em sua origem, a palavra disciplina tem a ver com discípulo. Discípulo é uma pessoa que tem alguém como modelo e se entrega pelo valor que atribui a essa pessoa. Com o tempo, perdeu-se o elemento de referência que havia antigamente. Isso tem de ser novamente conquistado, pouco a pouco, pelos dois lados. A disciplina que se aprende na escola serve para a vida toda?A gente tem de pensar a disciplina ao mesmo tempo como fim e como meio. É um fim porque podemos desenvolver atitudes como concentração, responsabilidade, interesse. Essas coisas viram ferramentas pessoais e de trabalho. Disciplina é também um meio, um instrumento sem o qual as coisas não acontecem ou acontecem fora do prazo ou dos padrões. A disciplina ajuda a desenvolver a autonomia?Disciplina é, cada vez mais, autodisciplina. Um exemplo é a lição de casa. Hoje em dia a maioria das famílias não tem um adulto com tempo disponível para fiscalizar o dever. A própria criança aprende a administrar essa tarefa e, se necessário, ela pede socorro. A autonomia é uma conquista, um aprendizado complexo e longo pelo qual as crianças desenvolvem a disciplina para dar conta de suas tarefas. O que é ser uma pessoa disciplinada?Ser disciplinado significa ter um comportamento subordinado a regras. Mas o que é regra? Algo que se constrói por consentimento. É como em um jogo. As regras são arbitrárias, mas a criança aceita porque gosta de jogar. Sem regra, não há jogo. Para definir regras, usamos o recurso da democracia. A classe toda discute, sob a condição de que todos aceitem o que a maioria decidir. O problema é que a minoria pode se recusar a cumprir. Deve-se combinar previamente que a não observação das regras implicará punições ou perdas. Um dos motivos que nos levam a aderir à disciplina são as conseqüências de não nos entregarmos a ela. Convencer é diferente de impor. Todas as obrigações devem ser submetidas a discussão?Não. Por exemplo: muitos pais perguntam aos filhos se eles querem comer. Eu não acho que seja uma boa pergunta. Porque, se o filho disser que não quer comer, como fica? A melhor pergunta é o que ele quer comer, dando opções. Dar autonomia não significa abrir mão do seu papel de líder e de responsável por certas coisas. Se você submeter tudo à opinião da maioria das crianças, a curto prazo elas vão decidir pelo pior. Primeiro, tenta-se convencer. O último recurso é impor. É errado tentar tratar como homogêneo algo desigual como a relação adulto e criança ou a relação professor e aluno. As crianças conseguem entender a importância da disciplina?Em 1930 Piaget escreveu um livro importante, O Julgamento Moral da Criança, e mostrou que mesmo as bem pequenas já têm valores como o gosto pelas regras, pela disciplina, pelo fazer bem-feito e por se entregar a uma tarefa coletiva. Só que o adulto não percebe. Piaget provou que é possível ver isso usando o exemplo das brincadeiras. A própria garotada se auto-regula e se submete a regras coletivas. Piaget analisou como o respeito entre iguais promove o desenvolvimento da criança. Muitos pais e professores sabem compartilhar com ela a necessidade de uma regra de forma que a criança até reclama, mas aceita, entendendo que é o melhor. Como ensinar a disciplina na pré-escola?Para alunos da Educação Infantil, digamos de 2 a 6 anos, a brincadeira, a fantasia, as histórias são ótimas estratégias. A argumentação científica não funciona com os pequenos. O recurso lúdico soa sincero para a criança, porque é uma espécie de dramatização do assunto, uma elaboração simbólica da questão. Nessa idade, outro recurso possível é simplesmente, com habilidade, dar uma ordem e pedir que ela seja cumprida. Nesse caso, é preciso deixar claro para a criança que há uma diferença entre ela e o adulto. Ela sabe disso e até se sente aliviada. Como ensinar a disciplina no Ensino Fundamental?A idade dos 7 aos 11 anos é interessante para trabalhar disciplina como uma boa regra ou uma regra sem a qual certas coisas não se desenvolvem bem. O convencimento se dá de forma empírica, com exemplos, discussão, não mais como faz-de-conta. Uma coisa é o imaginário, outra é a própria negociação da regra. O problema do convencimento no seu sentido adulto é que ele supõe um pensamento hipotético-dedutivo ("se você não fizer isso, acontece aquilo"). Mas crianças com menos de 12 anos não entendem esse pensamento. É preciso trabalhar com elas a própria construção das regras mais adequadas para uma determinada tarefa que se espera que realizem. A disciplina e a ordem podem prejudicar a criatividade?Rigidez é uma coisa, rigor é outra. Os artistas, que trabalham com criação, costumam ser super-rigorosos. Já rigidez é acreditar que uma coisa só pode ser feita de um jeito, definido arbitrariamente. A disciplina está do lado da criação, mas não é uma só. Alguns trabalham de dia, outros à noite; alguns de um modo, outros de outro. A maior parte dos artistas tem de cumprir prazos, se impõe tarefas. Se não houver disciplina, você pára no meio, esquece. Acontece que muitas vezes nós, adultos, usamos o discurso do rigor para defender nossa rigidez ou nossa incapacidade de lidar com as situações.
Quer saber mais?

BIBLIOGRAFIAEnsaios Construtivistas, Lino de Macedo, 170 págs., Ed. Casa do Psicólogo, tel. (11) 3034-3600, 23 reais Ensaios Pedagógicos, Lino de Macedo, 168 págs., Ed. Artmed, tel. 0800-7033444, 31 reais Cinco Estudos de Educação Moral, Jean Piaget, Lino de Macedo e outros, 214 págs., Ed. Casa do Psicólogo, 26 reais O Julgamento Moral na Criança, Jean Piaget, 394 págs., Ed. Summus, tel. (11) 3865-9890, 46,10 reais

O VALOR DO COMPANHEIRISMO


O VALOR DO COMPANHEIRISMO


Quantas vezes você parou para pensar no valor que há nas pessoas trabalham ao seu lado?Àquelas que estão no seu dia-a-dia e estão sempre prontas a lhe apoiar?Talvez você não consiga tangibilizar o valor que elas tem para você e o seu trabalho, porque às vezes são apoios tão pequenos e freqüentes que se tornam até naturais, como se fosse parte da responsabilidade, mas na verdade não são.Muitas vezes as pequenas coisas que as pessoas fazem, significam tudo para o seu dia ou simplesmente para você. É uma palavra, uma pergunta ou uma gentileza que nos faz esquecer que o dia está “pesado” ou até torna o nosso dia melhor.Quando alguém fizer por você, valorize. Porque a pessoa faz por que quer o bem e não porque é obrigada.O companheirismo é isso. Você saber que pode contar com a outra pessoa e ela com você. Sempre. Como se fosse natural e sem ser forçado.Somente quando as pessoas se conhecem e se respeitam, é que elas sabem valorizar os pequenos gestos que demonstram que ser companheiro é fazer parte do dia-a-dia e o que final o resultado é para todos.Se você escolher ver mais as pessoas que lhe cercam, certamente vai identificar os verdadeiros companheiros em muitos que você nem imagina que sejam.E como é importante saber com quem você pode realmente contar e também deixar os outros saber que eles podem contar de verdade com você.No mundo dos negócios, se você não estiver “jogando junto” não funciona.Você precisa exercitar o companheirismo com os seus colegas e as pessoas com quem você convive porque é pelo seu exemplo que os outros vão entender o quanto é importante ser companheiro.É ter maturidade demonstrar que você é companheiro, e que valoriza este posicionamento, porque as pessoas vão fazer o mesmo por você. Você planta o que colhe, certo?!Olhe para os outros e enxergue. Faça os outros enxergar através de você.Seja companheiro com os seus e valorize quem o é consigo.O resultado é você e os outros se enxergarem de verdade.

PAUTA

MUNICÍPIO DE FORQUILHINHA
E.E.B. “Estrela da Manhã”
DIREÇÃO: Nílva Junkes
COORDENAÇÃO DE ENSINO: Maria Liberaci Motta Bristot
REUNIÃO PEDAGÓGICA: 03 setembro de 2009


PAUTA:

Apresentação slides;
Mensagem;
Reflexão;
Recados;
Leitura de grupo do texto: Disciplina é um conteúdo como qualquer outro;
Proposta de trabalho;
Outros.




“SER EDUCADOR É SER POETA DO AMOR. EDUCAR É ACREDITAR NA VIDA E TER ESPERANÇA NO FUTURO. EDUCAR É SEMEAR COM SABEDORIA E COLHER COM PACIÊNCIA”.
AUGUSTO CURY